quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

El Arriero - Guillhermo Calle (2009)



Se tem uma coisa que eu recomendo àqueles que tem uma grana a mais, uma oportunidade de pagar uma televisão a cabo, é assinar os canais Telecine (to ganhando uma grana pra fazer um jabá na moral rsrsrs), unico e especialmente pelo TeleCine Cult. Se você for viciado em (bom) cinema, este canal vai gerar muitas alegrias e gratas surpresas para sua pessoa. Toda terça tem uma sessão chamada cine-mundi, onde você desopila do idioma do tio san e passa a conhecer produções de todo o mundo.

Este filme eu acompanhei ontem, nesta sessão, muito despretensiosamente, já tava até meio cansado, quase desistindo. Mas a sinopse me chamou a atenção. A história do filme gira em torno de Ancízar (Julián Diaz), que é um "Arriero", que seria o cara encarregado de cooptar "mulitas" para o transporte de coca da colombia (cocada boa!) até a europa. Esta mulitas devem que ingerir as capsulas, e o Arriego é o encarregado de achar as pessoas certas para isso. Diante desse cenário, o personagem principal vive um romance conturbado com duas mulheres que, como ele mesmo definiu, representam a "glória e a ruína de minha vida". Duas mulheres, diga-se de passagem, sensacionais!


A priori, o que me fez ficar para assistir o filme é a idéia de uma filmagem na colômbia, que é um país riquíssimo (vocês me entendem né?), vasto, belo. E é terceiro Mundo. Terceiro mundo latino!! E o que se vê no filme, muito mais do que neguin entupindo as venta da branquinha, é o próprio país, a cidade de Medellin (se não estou enganado), e uma trama gostosa, sem soar acadêmica, mas com uma beleza encravada nas lacunas da película. O filme não possuiu uma temporalidade cronológica linear, e o mais interessante é que Ancízar revela os seus sentimentos em primeira pessoa, olhando para a câmera, algo parecido com a adaptação machadiana "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de André Klotzel, em 2001.


Belas tomadas de Madrid, de Medellin, e das duas moçoilas que encheram os meus olhos e os meus pensamentos, mulheres dignas da periculosidade feminina latina, bem ao estilo Eduardo Galeano. Vale a pena assistir o filme, que tem um desenrolar e um final bem mais interessante do que um filme brasileiro paralelo, semelhante na temática, super veiculado, Meu nome não é Johnny. O interessante também é que procurei críticas, ou até mesmo sinopses do filme em sites brasileiros, e não encontrei nenhum. Desta vez o deus google não foi tão onisciente assim... paciência!

Recomendo 100%

Nenhum comentário:

Postar um comentário