domingo, 13 de março de 2011

Luiz Henrique - Mestiço (1975)



Pra finalizar a vibe brasilianices & derivados, ouvindo na caixa oneal com graves estremecendo na escala 8.9, tomando suco ades (porque cerveja é para os fracos), trago um disco que também conheci pelo fato do MITO Edison Machado tocar bateria: "Mestiço" de Luiz Henrique, trás uma pegada Jazzística característica de Edison, no entanto, mais puxado pro samba, pro regionalismo também. Ótimas músicas, como é o caso da primeira,"Jandira", e o malandro até arrisca um inglês no maior estilo Joel Santana, simplesmente sensacional hahaha. Destaque também pra J.T.Meirelles, soprando poesia pra deixar a coisa mais bonita...

Como diria Chicó... "num sei, só sei que foi assim". O disco é ótimo, mas, assim como Amado, não tenho idéia de onde tenha ido parar Luiz Henrique. Se você quiser pesquisar, coloca no google Luiz Henrique and Good Luck. Namastê!!!


Luiz Henrique -(guitar, vocal)
J.T. Meirelles -(sax, flute, arrangements)
Laércio de Freitas & William -(electric piano)
Tenório Jr. -(piano)
Luizão -(electric bass)
Edson Lobo -(acoustic bass)
Paulinho Braga & Edison Machado -(drums)
Hermes -*(percussion)

Musicas :
01 - Jandira (Luis Henrique / Raul Caldas Filho)
02 - Mestiço (Luis Henrique)
03 - Sonhar (Luis Henrique / Raul Caldas Filho)
04 - Saiandeira (Luis Henrique)
05 - Say Hello To K T (Pra Não Deixar de Sambar) (Luis Henrique)
06 - Dianne (Luis Henrique)
07 - Sempre Amor (Luis Henrique / Oscar Brown Jr.)

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Amado Maita (1971)



Encontrei esse disco em um blog dedicado ao baterista Edison Machado, um dos maiores bateristas na música brasileira, "quiça" mundial rsrs...
É impressionante a vastidão de discos obscuros de altíssima qualidade que a música brasileira possui, não é a tôa que neguinho chega da gringa e fica doido nos sebos da vida. Amado Maita, pelo que eu fiquei sabendo, só gravou este LP, que inclusive não vendeu, não tocou, ficou perdido, hoje deve ser uma PÉROLA, quem achar pode comprar na fé, vai ganhar dinheiro. Enfim, não sei qual é o paradeiro dele, é uma pena, pois neste LP ele apresenta um samba/bossa/jazz SENSACIONAL. Baixe, sem medo de ser feliz, este disco é lindo.

Músicos :
Ion Muniz : Sax
Silas : Trombone
Guilherme Vergueiro : Piano
Ricardo Pereira dos Santos : Baixo
Edison Machado : Bateria
Arranjos : Mozar Terra

Músicas :
01 - Samba de Amigo
02 - Mariana
03 - Os Mergulhadores
04 - Cemiterio dos Vivos
05 - Piedade
06 - Gestos
07 - O Monstro Verde do Mal
08 - Sabe Voce
09 - Não Me Diga Adeus
10 - Reflexão

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João Donato - Quem é Quem (1973)




Hoje eu tô na vibe das brasilianices & derivados: João Donato, nascido em Boa Vista, Roraima, é um grande expoente do que podemos chamar de música brasileira. Este é o seu primeiro album que contém letras nas músicas, mas quase isso não acontecia. Como assim? Deixe o mesmo explicar:

“Comecei a fazer letra com um monte de gente. Eu ia gravar instrumental dentro de alguns dias e o Agostinho dos Santos falou: ‘Vai gravar tocando piano de novo? Todo mundo já ouviu isso. Se fosse você, eu gravaria cantando’. Como foi uma resolução apressada, colocamos quatro ou cinco letristas. Tinha uma semana para arrumar letras para 12 músicas. Tinha mais de uma pessoa fazendo letras para a mesma música, sem saber! Eu mandava as fitas para todo mundo e chegavam letras diferentes para a mesma música. Meu irmão (Lysias Ênio) fez a letra para "Até quem sabe" e o Dorival Caymmi tinha feito também. Quando ele leu a letra do Lysias, disse: 'Vou rasgar a minha, a dele está melhor'. E rasgou. Eu não devia ter deixado, devia ter ficado com a letra dele e feito outra música em cima (risos).” (João Donato)

Rhodes brizantes, este cara é um mestre. "Me deixa" é uma das melhores músicas que eu já escutei, e tenho dito rsrsrs. "Deguste" e aprecie sem a mínima moderação!

1. Chorou, Chorou (João Donato / Paulo César Pinheiro)
2. Terremoto (João Donato / Paulo César Pinheiro)
3. Amazonas a.k.a. Amazon (João Donato / letra posteriormente adicionada por Lysias Enio))
4. Fim de Sonho (João Donato / João Carlos Pádua)
5. A Rã/a.k.a. The Frog/O Sapo (João Donato / letra posteriormente adicionada por Caetano Veloso)
6. Ahiê - a.k.a. Where´s JD (João Donato / Eumir Deodato/ letra posteriormente adicionada por Paulo César Pinheiro)
7. Cala A Boca, Menino (Folclore baiano, adaptção de Dorival Caymmi)
8. Nana das Águas (João Donato / Geraldo Carneiro)
9. Me Deixa (João Donato / Geraldo Carneiro)
10. Até Quem-Sabe (João Donato / letra posteriormente adicionada por Lysias Ênio)
11. Mentiras (João Donato / Lysias Ênio) Participação: Nana Caymmi
12.Cadê Jodel (João Donato / Marcos Valle)

Bateria - Lula Nascimento
Guitarra - Hélio Delmiro
Teclados [Rhodes] - João Donato
Percussão - Naná Vasconcelos
Produção - Marcos Valle



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sábado, 12 de março de 2011

João Nogueira - Espelho



Este samba é simplesmente um dos mais bonitos de todos que eu já ouvi, eu particularmente tenho um carinho muito grande por ele. Meu pai tinha o cd "parceria" de 1994, de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro, outro mito do samba brasileiro. Este cd é sensacional, e lembra muito a minha infância, algumas reuniões de família, sei lá, essas coisas perdidas na memória.
Um dia eu saí de casa cheio de cd, pra trocar no sebo, sei lá, um cd do nirvana ou bad religion, ta ligado né rsrsrsrs, meu pai viu esse cd entre os outros, ficou louco hahahahaha.
Meu pai gosta muito dessa música. É uma letra que fala da relação pai e filho, e na moral, eu imagino a emoção de Diogo Nogueira ao ouvir e cantar essa música.




Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)