domingo, 13 de março de 2011

Luiz Henrique - Mestiço (1975)



Pra finalizar a vibe brasilianices & derivados, ouvindo na caixa oneal com graves estremecendo na escala 8.9, tomando suco ades (porque cerveja é para os fracos), trago um disco que também conheci pelo fato do MITO Edison Machado tocar bateria: "Mestiço" de Luiz Henrique, trás uma pegada Jazzística característica de Edison, no entanto, mais puxado pro samba, pro regionalismo também. Ótimas músicas, como é o caso da primeira,"Jandira", e o malandro até arrisca um inglês no maior estilo Joel Santana, simplesmente sensacional hahaha. Destaque também pra J.T.Meirelles, soprando poesia pra deixar a coisa mais bonita...

Como diria Chicó... "num sei, só sei que foi assim". O disco é ótimo, mas, assim como Amado, não tenho idéia de onde tenha ido parar Luiz Henrique. Se você quiser pesquisar, coloca no google Luiz Henrique and Good Luck. Namastê!!!


Luiz Henrique -(guitar, vocal)
J.T. Meirelles -(sax, flute, arrangements)
Laércio de Freitas & William -(electric piano)
Tenório Jr. -(piano)
Luizão -(electric bass)
Edson Lobo -(acoustic bass)
Paulinho Braga & Edison Machado -(drums)
Hermes -*(percussion)

Musicas :
01 - Jandira (Luis Henrique / Raul Caldas Filho)
02 - Mestiço (Luis Henrique)
03 - Sonhar (Luis Henrique / Raul Caldas Filho)
04 - Saiandeira (Luis Henrique)
05 - Say Hello To K T (Pra Não Deixar de Sambar) (Luis Henrique)
06 - Dianne (Luis Henrique)
07 - Sempre Amor (Luis Henrique / Oscar Brown Jr.)

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Amado Maita (1971)



Encontrei esse disco em um blog dedicado ao baterista Edison Machado, um dos maiores bateristas na música brasileira, "quiça" mundial rsrs...
É impressionante a vastidão de discos obscuros de altíssima qualidade que a música brasileira possui, não é a tôa que neguinho chega da gringa e fica doido nos sebos da vida. Amado Maita, pelo que eu fiquei sabendo, só gravou este LP, que inclusive não vendeu, não tocou, ficou perdido, hoje deve ser uma PÉROLA, quem achar pode comprar na fé, vai ganhar dinheiro. Enfim, não sei qual é o paradeiro dele, é uma pena, pois neste LP ele apresenta um samba/bossa/jazz SENSACIONAL. Baixe, sem medo de ser feliz, este disco é lindo.

Músicos :
Ion Muniz : Sax
Silas : Trombone
Guilherme Vergueiro : Piano
Ricardo Pereira dos Santos : Baixo
Edison Machado : Bateria
Arranjos : Mozar Terra

Músicas :
01 - Samba de Amigo
02 - Mariana
03 - Os Mergulhadores
04 - Cemiterio dos Vivos
05 - Piedade
06 - Gestos
07 - O Monstro Verde do Mal
08 - Sabe Voce
09 - Não Me Diga Adeus
10 - Reflexão

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João Donato - Quem é Quem (1973)




Hoje eu tô na vibe das brasilianices & derivados: João Donato, nascido em Boa Vista, Roraima, é um grande expoente do que podemos chamar de música brasileira. Este é o seu primeiro album que contém letras nas músicas, mas quase isso não acontecia. Como assim? Deixe o mesmo explicar:

“Comecei a fazer letra com um monte de gente. Eu ia gravar instrumental dentro de alguns dias e o Agostinho dos Santos falou: ‘Vai gravar tocando piano de novo? Todo mundo já ouviu isso. Se fosse você, eu gravaria cantando’. Como foi uma resolução apressada, colocamos quatro ou cinco letristas. Tinha uma semana para arrumar letras para 12 músicas. Tinha mais de uma pessoa fazendo letras para a mesma música, sem saber! Eu mandava as fitas para todo mundo e chegavam letras diferentes para a mesma música. Meu irmão (Lysias Ênio) fez a letra para "Até quem sabe" e o Dorival Caymmi tinha feito também. Quando ele leu a letra do Lysias, disse: 'Vou rasgar a minha, a dele está melhor'. E rasgou. Eu não devia ter deixado, devia ter ficado com a letra dele e feito outra música em cima (risos).” (João Donato)

Rhodes brizantes, este cara é um mestre. "Me deixa" é uma das melhores músicas que eu já escutei, e tenho dito rsrsrs. "Deguste" e aprecie sem a mínima moderação!

1. Chorou, Chorou (João Donato / Paulo César Pinheiro)
2. Terremoto (João Donato / Paulo César Pinheiro)
3. Amazonas a.k.a. Amazon (João Donato / letra posteriormente adicionada por Lysias Enio))
4. Fim de Sonho (João Donato / João Carlos Pádua)
5. A Rã/a.k.a. The Frog/O Sapo (João Donato / letra posteriormente adicionada por Caetano Veloso)
6. Ahiê - a.k.a. Where´s JD (João Donato / Eumir Deodato/ letra posteriormente adicionada por Paulo César Pinheiro)
7. Cala A Boca, Menino (Folclore baiano, adaptção de Dorival Caymmi)
8. Nana das Águas (João Donato / Geraldo Carneiro)
9. Me Deixa (João Donato / Geraldo Carneiro)
10. Até Quem-Sabe (João Donato / letra posteriormente adicionada por Lysias Ênio)
11. Mentiras (João Donato / Lysias Ênio) Participação: Nana Caymmi
12.Cadê Jodel (João Donato / Marcos Valle)

Bateria - Lula Nascimento
Guitarra - Hélio Delmiro
Teclados [Rhodes] - João Donato
Percussão - Naná Vasconcelos
Produção - Marcos Valle



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sábado, 12 de março de 2011

João Nogueira - Espelho



Este samba é simplesmente um dos mais bonitos de todos que eu já ouvi, eu particularmente tenho um carinho muito grande por ele. Meu pai tinha o cd "parceria" de 1994, de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro, outro mito do samba brasileiro. Este cd é sensacional, e lembra muito a minha infância, algumas reuniões de família, sei lá, essas coisas perdidas na memória.
Um dia eu saí de casa cheio de cd, pra trocar no sebo, sei lá, um cd do nirvana ou bad religion, ta ligado né rsrsrsrs, meu pai viu esse cd entre os outros, ficou louco hahahahaha.
Meu pai gosta muito dessa música. É uma letra que fala da relação pai e filho, e na moral, eu imagino a emoção de Diogo Nogueira ao ouvir e cantar essa música.




Nascido no subúrbio nos melhores dias
Com votos da família de vida feliz
Andar e pilotar um pássaro de aço
Sonhava ao fim do dia ao me descer cansaço
Com as fardas mais bonitas desse meu país
O pai de anel no dedo e dedo na viola
Sorria e parecia mesmo ser feliz

Eh, vida boa
Quanto tempo faz
Que felicidade!
E que vontade de tocar viola de verdade
E de fazer canções como as que fez meu pai (Bis)

Num dia de tristeza me faltou o velho
E falta lhe confesso que ainda hoje faz
E me abracei na bola e pensei ser um dia
Um craque da pelota ao me tornar rapaz
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
E sem ter mais o velho pra tirar o medo
Foi mais uma vontade que ficou pra trás

Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
E eu sem ter maldade
Na inocência de criança de tão pouca idade
Troquei de mal com Deus por me levar meu pai (Bis)

E assim crescendo eu fui me criando sozinho
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
Assim sem perceber eu era adulto já

Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
Mas eu sei que lá no céu o velho tem vaidade
E orgulho de seu filho ser igual seu pai
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso
E o meu medo maior é o espelho se quebrar (Bis)

Parteum - Raciocínio Quebrado (2004)




Eu considero Parteum o MC mais inteligente do Brasil, quando o assunto é fazer rima sagaz, posso até falar culta, ele é o NOME. Beats envolventes, e rimas ALTO NÍVEL, essa é a temática de um dos melhores cds dele, Raciocínio Quebrado. Ouça.

obs: só "A NÍVEL DE" informação, Parteum é irmão do Rappin Hood - momento video show.


01 - A Primeira Parte
02 - O Círculo
03 - Épocas de Épicos
04 - Raciocinio Quebrado
05 - Intervençao #1
06 - Tudo Que Ainda Pode Ser
07 - Umbutu
08 - Rimas Jogadas ao Vento
09 - Rumo
10 - Intervençao #2
11 - 2.27
12 - A Fórmula
13 - O Sonho de Moriuna
14 - É Sempre Rhara a Rhima
15 - Finale


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Flying Lotus & Adult Swim - Zodiac Shit

Muito bom.

Flying Lotus - 1983 (2006)




Se eu não estou enganado, Flying Lotus é sobrinho-neto de Alicia Coltrane e John Coltrane. Isto lhe rende certas comparações, do tipo "John Coltrane do Hip Hop", ou algo assim. Se é exagerado ou não, cada um vai ter que tirar sua conclusão, na verdade essa comparação está muito mais ligada a temática, tanto John com FlyLo incorporam em sua musicalidade elementos espirituais, transcedentais, eu diria até, cósmicos.
Esse é o primeiro trabalho, antes tem uma demo muito interessante também. O som gera polêmica, na primeira audição parece estranho, mas é bem sofisticado, de fato é um grande produtor, e vem em ascenção. Ficou conhecido por fazer uns beats pro Adult Swim, tem mais 2 cds, alguns EPs, faz muitas participações em estilos diferentes do Hip Hop.
É isso aí, só ouvindo pra tirar sua conclusão.

01 1983
02 São paulo
03 Bad actors
04 Orbit brazil
05 Shifty
06 Babble
07 Pet monster shotglass
08 Hello09 Untitled #7
10 Unexpected Delight (feat. Laura Darlington)
11 1983 (Daedelus's Odd-Dance Party Remix)

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Yesterdays New Quintet presents Sound Directions: The Funky Side of Life



O Yesterday New Quintet é um projeto do louco alucinado Madlib, onde ele joga umas beats, uns samples, sempre com muita qualidade, e conta com a presença de grandes músicos fazendo intervenções com a instrumentação. A questão é que esses músicos (Otis Jackson Jr. [nome verdadeiro de MadLib], Young Jazz Rebels) são na verdade pseudônimos, ou melhor, indo além, personagens imaginários dessa cabeça louca.

No final das contas, é tudo Madlib, é tudo legal. CONFIRA.


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Jazzman Records presents: What Is Wrong With Groovin'




Essa compilação é muito louca, conheci faz uns 3 anos. Hoje, passeando pelos meus DVD´s naquele momento "descarrego" particular (reunião pedagógica sábado pela manhã é pior que chute na canela), achei essa parada. Jazzman Records; garimpada pesada dos registros em 7" contendo funk, soul, smoth jazz, brasilianices & derivados, tudo com o mais alto teor de raridade.
Algumas faixas são razoáveis, mas existem quatro que valem demais a audição: Sometimes I Feel Like a Motherless Child; Brother Where Are You; Morning Broadway, e a que dá nome a compilação, What is Wrong Whit Groovin'.


1- Kathleen EmerySometimes I Feel Like a Motherless Child
2- Los Brasilios - Brasilian Beat
3 - Fred Johnson - A Child Runs Free
4 - Lorez Alexandria - Send in the Clowns
5 - Dee Felice Trio - Nightingale
6 - Freddie Cole - Brother Where Are You
7 - Keith Mansfield - Morning Broadway
8 - Vincent Geminiani - Ophis le Serpentaire
9 - Unknown 10 - Frank Motley - Ya Ya
11 - Letta Mbulu - What's Wrong with Groovin'
12 - Bruno Spoerri - Les Electroniciens


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J.Period, John Legend & The Roots - Wake Up! Radio (2011)



Para quem gostou do How I Got Over e do Wake Up!, esta mixtape conduzida por J.Period é obrigatória.


01. Prologue: Inner City Blues feat. Black Thought & John Legend
02. Rise & Shine feat. Black Thought, Blu & John Legend
03. Wake Up! Radio (Interlude) feat. Black Thought
04. Hard Times (J.Period Remix) feat. Black Thought, John Legend & Dead Prez
05. Dolla Out A Dime (Interlude) feat. James Brown
06. In The Ghetto (Wake Up!) feat. Black Thought, Rakin & John Legend
07. Little Ghetto Boy (J.Period Remix) feat. Q-Tip, Black Thought, John Legend
08. We Love Roll Call (Interlude) feat. Nina Simone
09. Misunderstood feat. Common
10. Message In Our Music (Interlude) feat. Common & Mary J. Blige
11. Eleanor Ridgby (Interlude)
12. Dillanor Ridby (J.Period Remix) feat. Blu, Porn, Black Thought & John Legend
13. The Wake Up! Players Band (Interlude) feat. Questlove
14. Compared To What (Interlude) feat. Roberta Flack
15. Comapred To What (J.Period Remix) feat. John Legend
16. Pain & Inspiration (Interlude) feat. John Legend & Nina Simone
17. Strange Fruit (Remix) feat. Common, John Legend & Nina Simone
18. Who’s Gonna Take The Weight (Interlude)
19. Walk On (J.Period Remix) feat. Black Thought & Isaac Hayes
20. Could The Drumme Have Some (Interlude)
21. In The Park (J.Period Remix) feat. Black Thought
22. Our Generation (Interlude) feat. Ernie Hines
23. Our Generation (J.Period Remix) feat. John Legend, Pete Rock & CL Smooth
24. Give Me That Message (Interlude) feat. Sam Cooke
25. Hang On In There (J.Period Remix) feat. Black Thought & John Legend
26. The Love Doctor (Interlude) feat. Jimmy Fallon
27. Love The Way It Should Be (J.Period Remix) feat. Nneka
28. Hey Love (Interlude) feat. Posdnuos, Jimmy Fallon, Kanye West & K’Naan
29. Ease My Troubling Min (Interlude) feat. Sam Cooke
30. People Get Ready (J.Period Remix) feat. Aretha Franklin
31. Wake Up! Radio Sign-Off (Outtro)
32. Epilogue Wake Up, Everybody! feat. Mayda Del Valle


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quarta-feira, 9 de março de 2011

Strong Arm Steady - Makings Of You

Strong Arm Steady -- Makings Of You Feat. Curtis Mayfield (Prod. Pete Rock)





clima quarta feira de cinzas, Curtis Mayfield tutelado pelo mestre Pete Rock, e os doidos do Strong Arm Steady...

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

http://soundcloud.com/walternazario & http://www.myspace.com/mic.armada

Reforçando a idéia, LISTEN UP!!!


Latest tracks by walternazario


VISITE ------------ http://www.myspace.com/mic.armada

Mic Armada "dropou" numas bases minhas, mandou umas rimas, o resultado, por mais que caseiro, ficou bom, tem alma a parada. Visite o Myspace e tire suas conclusões.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Oswaldo Tinhorão: 1987 nos vossos cornos.

Achei esse texto foooda. Hoje, 21 de fevereiro de 2011, a Confederação Brasileira de Futebol finalmente reconheceu o que todos os sãos torcedores e amantes do esporte bretão já sabiam: o Flamengo foi campeão de 1987. Sou flamenguista, do grupo dos chamados "doentes". E esse texto expressa bem o sentimento flamenguista do momento. Tomei a liberdade de posta-lo no meu blog com os devidos créditos...




Por Deus, olhai a foto que ilustra este artigo. Ali está Leandro, o Peixe Frito, o maior lateral direito que o Brasil já viu, com o joelho em frangalhos mas, ainda assim, um paredão inexpugnável em nossa zaga. O Leandro que deixou sangue em campo no Mineirão, na semifinal, quando, confirmada a escrita, a freguesia das Alterosas entrou em desespero. A seu lado, novinho, Zé Carlos, Deus o tenha, o Zé Grandão que foi o primeiro substituto digno de Raul Plassmann nos meus times de botão e no meu coração. Está lá Andrade, prestes a desfilar sua classe gigantesca pelo gramado do Maraca. Prestes a fazer a maior exibição de sua carreira e ofuscar Zico, Renato, Bebeto. Prestes a coroar uma jogada coletiva de antologia com o passe magistral para Bebeto. Está lá Edinho, velho rival agora com as cores certas, as únicas cores certas, formando com Leandro uma daquelas zagas que deviam ser proibidas porque é sacanagem com o adversário. Está lá o Leonardo, menino ainda, 17 anos, o Léo que ainda era o Ratinho para os seus colegas do Instituto Abel de Niterói, que olhávamos para ele como quem olha assim para um semideus (“quantas mulheres é possível comer, jogando no Flamengo, aos 17 anos?”). Está lá Jorginho, atleta de Cristo dos de verdade, homem de bem, lateral fino e vigoroso, uma das cinco contribuições desse Flamengo para a seleção que finalmente traria de volta o caneco, em 1994.

Agachado está Bebeto, que um belo dia desistiu de ser o sucessor do Galinho em nossos corações, mas que a essa altura era idolatrado com justiça pela maior torcida da Terra. O Bebeto que um dia formaria, ao lado de Romário, a maior dupla de ataque da história do futebol. A seu lado está Renato Gaúcho, que rodou o Brasil inteiro mas nunca — nem no Grêmio, contra o Hamburgo — experimentou coisa comparável a ser o maior jogador do Brasil envergando o Manto Sagrado. O Renato que esse ano saldou contas pendentes com o inimigo Telê Santana e confirmou, pelos séculos dos séculos, a ancestral freguesia do odioso Galo mineiro diante do Flamengo. Ao lado dele Aílton, raçudo, voluntarioso, que um dia entrou para a história, jogando pelo Grêmio, definindo uma das finais mais emocionantes de todos os tempos. O Aílton que, reparai, foi o único desses onze a não ter vestido a camisa da seleção. Depois está Ele, Sua Majestade Arthur Antunes Coimbra, que em noventa minutos erguerá seu último troféu pelo Flamengo, e em dois anos deixará os gramados e nos fará órfãos para sempre. A seu lado, ainda mirrado, ainda moleque, Crizam César de Oliveira, Crizanzinho, Zinho. Os críticos um dia o chamarão de enceradeira, mas eram esse domínio e esse toque de bola refinados que permitiam àquele Flamengo ir cozinhando qualquer adversário do mundo até que, atordoado, não pudesse reagir quando finalmente déssemos o bote.

Olhai a foto e lembrai que, por 23 anos, dois meses e oito dias, os canalhas e os recalcados negaram que esse time tenha sido tetracampeão do Brasil. Olhai e lembrai de todos os filhos da puta que, ao longo de um quarto de século, vos falavam em sports e asteriscos, ainda que fossem incapazes de lembrar o nome de um, apenas um jogador do irrelevante Sport Club Recife. Ainda que não tenham visto, porque ninguém viu, o Sport derrotar o Guarani no mais completo anonimato, longe dos olhos e dos corações dos brasileiros.

Olhai e lembrai do mais reprovável entre todos os adversários, o São Paulo Futebol Clube, ostentando por aí a fama imerecida de Penta Único, depois de Hexa Único. Lembrai do São Paulo que esqueceu que um dia foi presidido por homens em vez de canalhas, que ignorou a palavra empenhada há um quarto de século, que não hesitou em bater a carteira do parceiro que, em 1987, junto com ele arriscou tudo para dar aos grandes clubes do Brasil o que era deles por direito.

Olhai e lembrai dos biltres de todas as cores e procedências, de Muzambinho ao Recife, ignorando todas as obviedades e perpetuando a mentira risível de que um time que ninguém viu era o legítimo campeão do Brasil de 1987. Olhai e lembrai dos que negavam ao Flamengo a glória conquistada em campo, naquele 13 de dezembro chuvoso, mas que, desatentos, repetiam sem pensar que esse Andrade e esse Zinho foram os maiores campeões do Brasil, porque conquistaram o Brasileiro em cinco oportunidades (o que forçosamente inclui 1987).

Olhai e lembrai de Leão, freguês eterno, bostejando sandices sobre o Flamengo ter amarelado para os onze perebas inapeláveis que ele dirigia em 1987. Olhai e lembrai de Milton Neves, do pulha Milton Neves, alienando a maior torcida da Terra para fazer graça com duas kombis de pernambucanos. Olhai e lembrai do mau caráter Juvenal Juvêncio, agora condenado a perder o único brinquedo capaz de satisfazê-lo na velhice decrépita. Lembrai do irrelevante Homero Lacerda e de suas ameaças tresloucadas de processar a Deus e o mundo por proclamarem o óbvio, em 6 de dezembro de 2009. Lembrai dos outdoors rastejantes de pernambucanos subservientes, que em 2007 viam na glória do São Paulo o único caminho para que o Brasil se lembrasse da gloríola do Sport, em 1987.

Olhai para a foto, irmãos, lembrai de toda essa gente, e de quantos mais vos torraram os bagos em 23 anos, dois meses e oito dias. Lembrai agora que sois hexa desta porra, que aqui não há nem haverá nunca clube maior do que o nosso. Olhai de cima as legiões de recalcados, arquejantes de ódio e de inveja, enchei os pulmões e repeti comigo, para Deus e o mundo ouvirem:

VASCO, BOTAFOGO
AMÉRICA, BANGU
QUEM NÃO FOR FLAMENGO
VÁ TOMAR NO CU.

Oswaldo Tinhorão

visite:
http://tinhorao.blogspot.com

domingo, 20 de fevereiro de 2011

TIMELESS: The composer/arranger series - 2009

TIMELESS foi o nome dado a uma série de três filmes gravados pelo selo MOCHILLA, visando uma homenagem mais do que justa a três MITOS da música mundial: Mulato Astatke, Jay Dilla e Arthur Verocai. Os filmes giram em torno de uma apresentação, na verdade 3, que ocorreram em 2009. Nesta ultima semana, teve apresentação no RJ e em SP, na rua augusta, pro meu desespero, dos 3 filmes, inclusive com a presença dos diretores, e ect e tal. Todos os três filmes/apresentações contém um casting de músicos fodásticos, meio que no estilo orquestra, dando uma roupagem bem classuda aos temas, inclusive com participações dos mesmos, no caso de Verocai e Mulato (Dilla faleceu em 2006).

Bem, quem não tem filme (acredite, estou louco atrás disso na net, não achei) caça com áudio. Está rolando o áudio do show nas melhores casas do ramo, e eu vou disponibilizar aqui também o meu apreço, principalmente pelo show do Verocai. Inclusive, o áudio desse show eu dedico ao meu amigo Gustavo Couto, aka MILORDE, que nestes ultimos dias sofreu um singelo acidente de moto com a minha pessoa. Essa é pra você, aposto que o áudio de Verocai vai fazer seus pontos desinflamarem...

2009 Timeless: Mulato Astatke



1. Yekermo sèw
2. The radcliffe
3. I faram gami
4. Yèkatit
5. Kasaléfkut hulu
6. Mulatu
7. Munayé
8. Yègellé tezeta
9. Ebo lala

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2009 Timeless: Dilla/ Suite for Ma Dukes



1. Morning order
2. Antiquity
3. Le yatching
4. Untitled/ Fantastic
5. Welcome 2 Detroit
6. Gobstopper
7. Take notice
8. Affolements granitiques
9. Don't nobody care about us
10. Jealousy
11. Hot ‘N’ pucky
12. Angel
13. Reminisce
14. Stakes is high
15. Fall in love

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2009 Timeless: Arthur Verocai



1. Karina
2. Sylvia
3. Dedicada a ela
4. Velho parente
5. Presente grego
6. O mapa
7. Pelas sombras
8. Caboclo
9. Seriado
10. Filhos
11. Queimadas
12. Balada 45
13. Sucuri
14. Flying to L.A.
15. O tempo e o vento
16. Isabel
17. Bis
18. Na boca do sol

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ilha do Medo (Shutter Island) 2010




Sinceramente, eu achei ótimo, e não entendo o porquê de tanto mi mi mi por causa desse filme. Sim, um excelente Thriller psicológico, com ótimas sequências, e não me apegando a detalhes técnicos cinematográficos, o resultado final é ótimo. Muito se questiona a reviravolta na trama, o final desafiador, a "falta de lógica". Não senti falta de lógica, e muito pelo contrário, a ultima frase de Teddy (DiCaprio) foi mais do que reveladora. De fato, você que não assistiu, terá que assistir para tirar suas conclusões, pois qualquer coisa que eu revelar aqui pode tornar desastrosa sua sessão. rsrsrs

Nesse filme, Scorsese usa e abusa das referências cinematográficas, que vão dos fiilmes B de terror, passando por David Lynch e filmes de guerra, e até mesmo a fumaça que remete ao seu Taxi Driver endossa essa idéia. É um filme longo, e pesado, que pode ter efeitos distintos e extremos no espectador: muitos vão gostar, outros vão odiar, mas é isso aê, geralmente coisas boas despertam esse tipo de sentimento.

DOWNLOAD EM DUAS PARTES
PARTE 1
PARTE 2



terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

São Paulo Is Burning

Achei esse trampo no blog do Tiago Rump, ótima coletânea de Rap paulistano, que além do mesmo tem Kamau, Espião, Lurdez da Luz, Mamelo Sound System, e a incrível "ei", do Elo da Corrente, uma das melhores deles. Baixem aí.


Player 2 Wins




Henrique Rezende, Tiago Gordo, Tiago "Rump" Frúgoli e Diogo Comum integram o Player2Wins (p2w), que funciona como um coletivo onde um produz pro outro, rima no trampo do outro e assim, fazem músicas juntos, como eles mesmo gostam de definir. Tem me chamado atenção tudo que vem deles, são degustadores legítimos de J Dilla, portanto, quem gosta do cara, é bom dar um conferi na página da rapaize, lá tem material disponível pra download. Vo deixar uns aqui. Qualidade garantida ou seus "KB/sec" de volta.

VISITE ::: www.p2wins.blogspot.com

PÁGINA DO RUMP ::: www.tiagorump.bandcamp.com









Orelha Negra - Orelha Negra (2010)




Esse album ta correndo todos os blogs, eu nem preciso falar nada, a qualidade está absuuurda, Sam the Kid me surpreendeu e realmente, nem tem o que falar, escute e tire suas conclusões.

01. A Memória
02. Barrio Blue
03. Lord
04. A Força da Razão
05. 961 919 169
06. Tanto Tempo
07. Futurama
08. Tripical
09. M.I.R.I.A.M.
10. Saudade
11. A Cura
12. We’re Superfly

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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

BEAT NOVO

THE MENTAL TRAVELLER - LISTEN UP!

e visite http://soundcloud.com/walternazario

The Mental Traveller by walternazario

Emicida - Só Isso

"Patativa não fez medicina mas tocou o coração"

SEGUNDA FEIRA COM ESSE SOM NO TALO NA CAIXA ONEAL

http://soundcloud.com/walternazario

Faço alguns sons experimentais, desde 2007 venho tentando aprender, e agora arranjei uma forma de publicar, divulgar todo esse lance, através do soundclound, ferramenta incrível de propagação musical. A partir de agora, vo soltar alguns beats, quem frequentar o blog e tiver interesse, de alguma forma, seja com rimas, ou sei lá, qualquer outra coisa, entra em contato. Se quiser o download, entra em contato também.



Rocken by walternazario

Casinha de sapê by walternazario

New rising sun by walternazario

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

24-Carat Black - Guetto: Misfortunes Wealth (1973)



1973. Stax Records. Crise do Petróleo. Watergate. Vietnam. Funk. HISTÓRIA. Descobri essa petita lancinante do soul-funk, arranjos de Dale Warren. Provavelmente você, profundo conhecedor do hip-hop velha guarda, deve conhecer algum trecho desse album em forma de sample. Baixe sem medo de ser feliz...

1 Synopsis one: in the ghetto/god save the world
2 Poverty's paradise
3 Brown-baggin'
4 Synopsis two: mother's day
5 Mother's day
6 Foodstamps
7 Ghetto: misfortune's wealth
8 24-carat black (theme)



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Um beijo Roubado (My Blueberry Nigths) - Wong Kar Wai - 2008



Wong Kar Wai é um diretor chinês, dos mais "badalados" no atual circuito intelectual, teórico, cult (ou até "PIMBA", como alguns adoram alcunhar) cinematrográfico. Sua maneira de conduzir a narrativa através de uma poesia imagética, através de signos, símbolos, alegorias poéticas minimalistas, criam uma marca registrada deste diretor, e faz dele um dos grandes nomes do cinema deste novo século.



Dizem que em "Um beijo roubado" (ou My blueberry nigths, o que de fato fica bem mais adequado ao filme), WKW não está na sua melhor forma, mas enfim, eu só assisti além desse, Felizes Juntos (Happy Togueter), portanto, fica difícil ter algum parâmetro. A verdade é que o filme é ótimo, e a bastante tempo vinha tentando vê-lo, devido a presença no elenco de musas do nível máximo das deusas do cinema que habitam minha humilde imaginação. Tudo bem, Natalie Portman não está na sua forma ideal (sensualmente falando), mas a real é que Nat (pros íntimos rsrsrs) "fora de forma" ainda sim é uma DEUSA. É um dos rostos mais perfeitamente fotogênicos, parece que os traços de sua face foram desenhados pixels por pixels, milimetricamente, sem um defeito. "Ora bolas", até careca no "V for vendetta" ela ficou linda, avalie no estilo "cabelinho curto noiadinha do poker"! Rachel Weisz dá um show de beleza, uma verdadeira pintura em movimento.



Ah, o filme: Esta é a primeira produção americana de Wong Kar Wai, antes disso, só filmes com produções orientais, e acredito que ele escolheu um elenco ótimo, contando com Jude Law, Norah Jones, além das duas já citadas. O filme tem como eixo central a viagem que Elizabeth (Norah Jones) faz, saindo de Nova York e cortando os EUA de ônibus, andarilha, perdida, após uma desilusão amorosa e em busca de respostas. Ela descobre que o seu "parceiro" está saindo com outra através de Jeremy (Jude Law), dono de um bar no qual o ex-namorado apareceu com sua nova compania. Todo esse cenário narrativo serve de pano de fundo para uma linguagem que ultrapassa os fatos, penetrando em uma forma de poesia que eu considero como uma metáfora das imagens. Logicamente que, muito abalada pela notícia do abandono, Elizabeth vai arriar uma fossa deprê em Jeremy, que gentilmente oferece seu ombro. Ele não conhece seus clientes pelo nome: eles são definidos pelo que costumam pedir: costela de porco, filé com fritas, torta de morango, e por aí vai. "As pessoas simplesmente escolhem". Este seria o motivo da torta Blueberry findar mais uma noite intacta? Talvez tenha sido o motivo de um beijo roubado. Uma cliente com um gosto deliciosamente "Blueberry." As chaves que dão possibilidade de abrir portas que trazem histórias diversas que juntamente com o neon criam a atmosfera de um bar/café... o close do personagem através do vidro da porta, ou seja, a filmagem acidental, o close do vidro na verdade, onde o personagem é visto do outro lado, como que consequência; a idéia de uma espessura da linguagem, que quando conta não reflete, e sim transforma (em Felizes Juntos, WKW usa e abusa desse artifício).



A cena que pode resumir bem o que eu quero dizer quando uso a expressão "metáfora imagética" é a do sorvete escorrendo na torta, quase que derretendo toda a tela. Uma forma de expressar um sentimento que surge no personagem, que não seja através da prosa, da narrativa gasta e traduzida pelos sentidos ofuscados, e sim através de uma imagem multicolorida universal do que são os fluidos, os fluxos do amor que explode em pura poesia para os olhos. Cinema para mim é isto: a forma mais complexa de expressão poética, algo que foge completamente dos padrões de produção cinematográfica da maioria absoluta dos filmes de hoje.



Depois do beijo que rouba o gosto do canto da boca do fluido desse sentimento que derreteu na tela, Elizabeth resolve atravessar a rua pelo caminho mais difícil. Respostas através de experimentações, desterritorializações. Ela não dá adeus, simplesmente se afasta. Viajando, trabalhando em bares, conhecendo personagens que podem contribuir para as suas respostas. Enviando postais. É assim que WKW tenta costurar a trama para que, através de elementos da narrativa, possa construir a idéia de amor. Amor louco, desesperado, de Arnie por Sue Lynne dá vazão as fichas brancas, tentativas... a arma que aponta para a amada não mata o amor e sim o amante. Mas em um bar, a conta sempre tem que ser paga, e um cruzamento pode ser início ou fim, ruptura. Fichas brancas - fichas de apostas, de uma apostadora que coloca tudo a perder num lance, em uma rodada... não confiar em ninguém significa não confiar nem em si mesmo. Mas a mentalidade de quem joga o jogo é essa: "não importa o quão bom você seja, você pode vencer as pessoas, mas nunca a sorte."



Do outro lado da rua, um lugar reservado para um outro você. A melhor maneira de achar é não procurando.

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TRILHA SONORA


A trilha é um capítulo a parte. Norah Jones, Cat Power (que inclusive faz uma ponta no filme), Ry Cooder, Ottis Redding... belíssima seleção.

1. The Story - Norah Jones
2. Living Proof - Cat Power
3. Ely Nevada - Ry Cooder
4. Try a Little Tenderness - Otis Redding
5. Looking Back - Ruth Brown
6. Long Ride - Ry Cooder
7. Eyes on the Prize - Mavis Staples
8. Yumeji’s Theme - Chikara Tsuzuki
9. Skipping Stone - Amos Lee
10. Bus Ride - Ry Cooder
11. Harvest Moon - Cassandra Wilson
12. Devil’s Highway - Hello Stranger
13. Pájaros - Gustavo Santaolalla
14. The Greatest - Cat Power






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