segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

BEAT NOVO

THE MENTAL TRAVELLER - LISTEN UP!

e visite http://soundcloud.com/walternazario

The Mental Traveller by walternazario

Emicida - Só Isso

"Patativa não fez medicina mas tocou o coração"

SEGUNDA FEIRA COM ESSE SOM NO TALO NA CAIXA ONEAL

http://soundcloud.com/walternazario

Faço alguns sons experimentais, desde 2007 venho tentando aprender, e agora arranjei uma forma de publicar, divulgar todo esse lance, através do soundclound, ferramenta incrível de propagação musical. A partir de agora, vo soltar alguns beats, quem frequentar o blog e tiver interesse, de alguma forma, seja com rimas, ou sei lá, qualquer outra coisa, entra em contato. Se quiser o download, entra em contato também.



Rocken by walternazario

Casinha de sapê by walternazario

New rising sun by walternazario

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

24-Carat Black - Guetto: Misfortunes Wealth (1973)



1973. Stax Records. Crise do Petróleo. Watergate. Vietnam. Funk. HISTÓRIA. Descobri essa petita lancinante do soul-funk, arranjos de Dale Warren. Provavelmente você, profundo conhecedor do hip-hop velha guarda, deve conhecer algum trecho desse album em forma de sample. Baixe sem medo de ser feliz...

1 Synopsis one: in the ghetto/god save the world
2 Poverty's paradise
3 Brown-baggin'
4 Synopsis two: mother's day
5 Mother's day
6 Foodstamps
7 Ghetto: misfortune's wealth
8 24-carat black (theme)



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Um beijo Roubado (My Blueberry Nigths) - Wong Kar Wai - 2008



Wong Kar Wai é um diretor chinês, dos mais "badalados" no atual circuito intelectual, teórico, cult (ou até "PIMBA", como alguns adoram alcunhar) cinematrográfico. Sua maneira de conduzir a narrativa através de uma poesia imagética, através de signos, símbolos, alegorias poéticas minimalistas, criam uma marca registrada deste diretor, e faz dele um dos grandes nomes do cinema deste novo século.



Dizem que em "Um beijo roubado" (ou My blueberry nigths, o que de fato fica bem mais adequado ao filme), WKW não está na sua melhor forma, mas enfim, eu só assisti além desse, Felizes Juntos (Happy Togueter), portanto, fica difícil ter algum parâmetro. A verdade é que o filme é ótimo, e a bastante tempo vinha tentando vê-lo, devido a presença no elenco de musas do nível máximo das deusas do cinema que habitam minha humilde imaginação. Tudo bem, Natalie Portman não está na sua forma ideal (sensualmente falando), mas a real é que Nat (pros íntimos rsrsrs) "fora de forma" ainda sim é uma DEUSA. É um dos rostos mais perfeitamente fotogênicos, parece que os traços de sua face foram desenhados pixels por pixels, milimetricamente, sem um defeito. "Ora bolas", até careca no "V for vendetta" ela ficou linda, avalie no estilo "cabelinho curto noiadinha do poker"! Rachel Weisz dá um show de beleza, uma verdadeira pintura em movimento.



Ah, o filme: Esta é a primeira produção americana de Wong Kar Wai, antes disso, só filmes com produções orientais, e acredito que ele escolheu um elenco ótimo, contando com Jude Law, Norah Jones, além das duas já citadas. O filme tem como eixo central a viagem que Elizabeth (Norah Jones) faz, saindo de Nova York e cortando os EUA de ônibus, andarilha, perdida, após uma desilusão amorosa e em busca de respostas. Ela descobre que o seu "parceiro" está saindo com outra através de Jeremy (Jude Law), dono de um bar no qual o ex-namorado apareceu com sua nova compania. Todo esse cenário narrativo serve de pano de fundo para uma linguagem que ultrapassa os fatos, penetrando em uma forma de poesia que eu considero como uma metáfora das imagens. Logicamente que, muito abalada pela notícia do abandono, Elizabeth vai arriar uma fossa deprê em Jeremy, que gentilmente oferece seu ombro. Ele não conhece seus clientes pelo nome: eles são definidos pelo que costumam pedir: costela de porco, filé com fritas, torta de morango, e por aí vai. "As pessoas simplesmente escolhem". Este seria o motivo da torta Blueberry findar mais uma noite intacta? Talvez tenha sido o motivo de um beijo roubado. Uma cliente com um gosto deliciosamente "Blueberry." As chaves que dão possibilidade de abrir portas que trazem histórias diversas que juntamente com o neon criam a atmosfera de um bar/café... o close do personagem através do vidro da porta, ou seja, a filmagem acidental, o close do vidro na verdade, onde o personagem é visto do outro lado, como que consequência; a idéia de uma espessura da linguagem, que quando conta não reflete, e sim transforma (em Felizes Juntos, WKW usa e abusa desse artifício).



A cena que pode resumir bem o que eu quero dizer quando uso a expressão "metáfora imagética" é a do sorvete escorrendo na torta, quase que derretendo toda a tela. Uma forma de expressar um sentimento que surge no personagem, que não seja através da prosa, da narrativa gasta e traduzida pelos sentidos ofuscados, e sim através de uma imagem multicolorida universal do que são os fluidos, os fluxos do amor que explode em pura poesia para os olhos. Cinema para mim é isto: a forma mais complexa de expressão poética, algo que foge completamente dos padrões de produção cinematográfica da maioria absoluta dos filmes de hoje.



Depois do beijo que rouba o gosto do canto da boca do fluido desse sentimento que derreteu na tela, Elizabeth resolve atravessar a rua pelo caminho mais difícil. Respostas através de experimentações, desterritorializações. Ela não dá adeus, simplesmente se afasta. Viajando, trabalhando em bares, conhecendo personagens que podem contribuir para as suas respostas. Enviando postais. É assim que WKW tenta costurar a trama para que, através de elementos da narrativa, possa construir a idéia de amor. Amor louco, desesperado, de Arnie por Sue Lynne dá vazão as fichas brancas, tentativas... a arma que aponta para a amada não mata o amor e sim o amante. Mas em um bar, a conta sempre tem que ser paga, e um cruzamento pode ser início ou fim, ruptura. Fichas brancas - fichas de apostas, de uma apostadora que coloca tudo a perder num lance, em uma rodada... não confiar em ninguém significa não confiar nem em si mesmo. Mas a mentalidade de quem joga o jogo é essa: "não importa o quão bom você seja, você pode vencer as pessoas, mas nunca a sorte."



Do outro lado da rua, um lugar reservado para um outro você. A melhor maneira de achar é não procurando.

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TRILHA SONORA


A trilha é um capítulo a parte. Norah Jones, Cat Power (que inclusive faz uma ponta no filme), Ry Cooder, Ottis Redding... belíssima seleção.

1. The Story - Norah Jones
2. Living Proof - Cat Power
3. Ely Nevada - Ry Cooder
4. Try a Little Tenderness - Otis Redding
5. Looking Back - Ruth Brown
6. Long Ride - Ry Cooder
7. Eyes on the Prize - Mavis Staples
8. Yumeji’s Theme - Chikara Tsuzuki
9. Skipping Stone - Amos Lee
10. Bus Ride - Ry Cooder
11. Harvest Moon - Cassandra Wilson
12. Devil’s Highway - Hello Stranger
13. Pájaros - Gustavo Santaolalla
14. The Greatest - Cat Power






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